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  • Foto do escritorRita Carvalho de Matos

Dinheiro: podes ou precisas?

Atualizado: 24 de set. de 2019


Photo by Canva Pro

Bateram me na ponte 25 de Abril na semana passada e para perceber o estrago, tinha que lavar o carro e aproveitar para aspirar a areia das idas à praia que agora vão diminuir. Essa necessidade fez me questionar sobre como o iria fazer: usar o serviço impecável do Cascaishopping e pagar 25€ ou ir à máquina de pressão e aspiração em que somos nós que fazemos a limpeza e gastar 3€? Na primeira opção, gastaria mais 2,10€ de portagens, mais gasóleo, e ver-me-ia obrigada a passear pelas lojas, beber um café a apanhar um belo ar condicionado durante pelo menos 1 hora. Na segunda, estaria ao ar livre, é ao lado de casa e aproveitava para trabalhar braços durante 5 minutos.


Desde que iniciei esta caminhada de criar o meu próprio emprego que a minha relação com o dinheiro tem vindo a mudar e muito. Até 2018, sempre trabalhei por conta de outrem e todos os meses ganhava o previsto. Com ou sem motivação, dando muito de mim ou cumprindo apenas o exigido, todos os meses lá entrava o mesmo valor na conta. A minha vida foi se moldando ao nível do salário e o meu foco, em alturas chave do ano, era tentar ganhar um prémio mais elevado ou conseguir um aumento. Pagar as contas e planear férias para conseguir desligar do triângulo "casa-trabalho-casa" era o plano, ano após ano.


Como trabalhadora independente, o dinheiro tornou-se uma incerteza. A minha motivação e entrega afectam directamente o que recebo. O meu nível de vida estava montado para um determinado salário que deixou de aparecer e isso afectou a minha relação com o dinheiro e a minha forma de viver a vida. O dinheiro deixou de ser o propósito. Preciso dele para viver, mas entendi na pele, que há outras formas de vida que não o triângulo “casa-trabalho-casa” e que a minha real missão, tinha mudado: o sentir o coração a querer saltar sempre que ajudo alguém e ainda receber por isso, são emoções poderosas que desconhecia por completo.


E esta enorme mudança de vida, leva-me a questionar me sempre que me deparo com alguma coisa para comprar: “preciso mesmo desta coisa ou serviço? Se sim, há alternativas mais em conta e mais sustentáveis que posso procurar?” Hoje olho para trás e percebo a quantidade de coisas que comprei apenas porque podia comprar e nem reflectia sobre a escolha e alternativas. Hoje, com menos dinheiro na carteira, não me sinto sua refém e agradeço lhe o facto de me ajudar a conhecer-me melhor e de me inspirar a fazer escolhas reflectidas pelo nosso planeta.


Posso dar muitas voltas, mas chego sempre à mesma conclusão: aconteça o que acontecer na minha vida nos próximos dias, semanas ou meses, a minha escolha de fazer a maratona KonMari atirou-me para uma vida completamente desconhecida, com menos recursos financeiros e com muito mais propósito e coração.


E lavei eu o carro!

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