Rita Carvalho de Matos

16 de set de 20193 min

O "drama" de viver em família!

Atualizado: 17 de set de 2019

O « drama» de viver em família!
 

Em 2011, existiam perto de 3,2 Milhões de famílias com 2  ou mais 
 
elementos em Portugal (1). Estes dados  indicam 3 milhões de casas 
 
organizadas diariamente por mais do que 1 só pessoa. E como todos 
 
somos seres únicos e especiais, a vida que idealizamos, 
 
individualmente, apresenta grandes ou pequenas nuances em relação à 
 
família com quem dividimos o mesmo tecto.
 

Há quem diga que o mundo se pode dividir em duas metades: os 
 
organizados e os desarrumados. Se juntarmos as versões mais 
 
extremistas destes dois grupos na mesma casa, é provável que todos os 
 
dias existam pequenas “guerras nucleares”: o mais organizado 
 
“passa-se” com o caos em que o outro vive e o rasto de destruição que 
 
deixa por onde passa, e o mais desarrumado fica doente com as críticas 
 
constantes e com as coisas que vão desaparecendo sem que as tenha 
 
deitado fora.
 

E agora vem a bomba que eu, Consultora KonMari, integrando 
 
orgulhosamente o lado “organizado” do mundo, vem aqui largar: todos os 
 
que partilham casa têm o direito e espaço de viver da forma que mais 
 
alegria lhes traga ao coração, sem guerras.
 

Apenas com um acordo acordo baseado em duas regras simples, a harmonia 
 
é possível!
 

Estas duas regras base que devem ser postas em cima da mesa de 
 
imediato, mal a família decida que está na hora da arrumação da casa, 
 
tornarão tudo mais simples!
 

Elas aqui vão:
 

  1-Definição dos Espaços Individuais e dos Espaços Comuns
 
  2-Definição do responsável por cada um dos Espaços definidos acima
 

E já está! Tão simples como isto! Com esta definição clara para todos, 
 
algo de milagroso estará prestes a acontecer.
 

O “organizado” irá entreter-se durante algum tempo a olhar melhor para 
 
o seu espaço individual e a descobrir se tudo o que lá habita é uma 
 
escolha feliz ou se ainda há espaço para nova selecção com o coração e 
 
uma reorganização mais eficaz. Irá assim deixar de bisbilhotar e andar 
 
ocupado com o espaço individual dos outros e, o mais importante de 
 
tudo: nunca mais irá deitar nada fora que não lhe pertença. No limite, 
 
se encontrar alguma coisa de outra pessoa nalgum espaço comum, irá 
 
colocá-la, visível, no espaço do outro e avisará o “dono” que a 
 
encontrou e colocou no “seu” espaço. Decidir deitar fora as coisas dos 
 
outros é um acto de enorme desrespeito e até  de traição, que 
 
fragiliza em muito a confiança entre quem mora debaixo do mesmo tecto. 
 
Se fores, uma dessas pessoas, isso é algo que te recomendo que deixes 
 
de fazer de imediato! Mesmo que até agora só te tenha trazido 
 
benefícios, acredita que no dia em que ele. ou ela. descobrirem uma 
 
peça que tu tenhas deitado fora, a confiança entre vós será muito 
 
difícil de reconstruir.
 

  Por outro lado o “desarrumado” sentir-se-á feliz sem ouvir acusações 
 
constantes e só terá de se preocupar com duas coisas: garantir que nos 
 
espaços comuns, por norma deixados à responsabilidade do ”organizado”, 
 
por comum acordo, não existe nada que seja seu e que fique esquecido 
 
mais de 24 horas e colocar de volta no  lugar tudo o que tiver usado 
 
nos espaços comuns. Em breve, a sensação de calma e paz que estes 
 
espaços lhe começarão a trazer vão começar a inspirá-lo e, ao seu 
 
ritmo, vai sentir vontade de ir praticando o desapego. Quem sabe,  até 
 
um dia peça ajuda ao “organizado” em determinada matéria de escolha e 
 
arrumação...
 

Como nota final e muito pessoal, eu moro com um acumulador e 
 
desarrumado. Quando começámos a morar juntos, há cerca de 5 anos, 
 
sempre que eu estendia alguma peça de roupa dele que estava 
 
visivelmente estragada, sorria e deitava a fora sem pedir licença, 
 
sentido que só estava a ajudar. Nunca tivemos nenhuma situação grave, 
 
mas ao mergulhar na filosofia KonMari, aprendi que nunca o deveria ter 
 
feito. Hoje, já mudámos de casa 2 vezes, e temos sempre claro o espaço 
 
de cada um e o espaço de todos. Claro que , nos dias em que estou mais 
 
cansada ou mais impaciente, descarrego nele a desarrumação que deixa 
 
na cozinha ou na sala, simplesmente porque não respeito o seu tempo. 
 
Eu arrumo logo tudo. Ele arruma umas horas depois. Mas na maior parte 
 
dos dias, está tudo sereno no que toca à arrumação cá em casa e. 
 
embora  os nossos armários interiormente sejam o oposto, vivemos bem 
 
com estas diferenças! Acreditem!

Photo by Canva Pro

(1) Fonte www.pordata.pt

    830
    3